terça-feira, maio 31, 2005

Telecomunicações privatizadas - 8 anos depois: Como estamos?

O recente anúncio de um aumento da base instalada de celulares em mais de 40% em 2004, mais a singular notícia que Brasília tem mais celulares que habitantes (por quê?), vale uma pequena reflexão sobre como estamos nas telecomunicações hoje, quase 8 anos após a privatização das teles.

Se levarmos em conta o susto das contas e as reclamações no Procon, vamos mal. Afinal, as operadoras são líderes nas queixas, e todo mundo –eu inclusive- tem histórias de horror para contar.

No entanto, se levarmos em conta que antes da privatização telefone fixo era um investimento rentável (3.000 dolares uma linha fixa, rendendo 2% ao mês) e disponível para poucos, e celular então, uma raridade, para aqueles analógicos que sempre estavam fora da área de cobertura, então hoje estamos bem melhor.

Em 1995, o link da Internet para todo o Paraná era 128k. Hoje, o mínimo de uma conexão de banda larga é o dobro disso, para cada usuário. Então, um usuário ADSL hoje tem o dobro da banda que tinha o Paraná inteiro em 1995...

Celular hoje é commodity, e o acesso disponível para pessoas de todos os estratos de renda mostra isso. A vida de muita gente que trabalha como autônomo, inclusive diaristas, jardineiros, manicures, moto-boys e outros, permite que seu trabalho seja mais valorizado e a renda, idem.

Telefone fixo, então, acabou aquela especulaçào e os serviços estão disponíveis. A guerra de tarifas para DDD e DDI é salutar e, embora com alguma dissimulação quanto aos preços, as operadoras disputam mercado usando práticas muito mais parecidas com o marketing de cerveja do que a de produtos elitizados.

Duas constatações sobre as reclamações crescentes: uma é qua as operadoras realmente não estão ainda com o foco devido no cliente, e sim em aumentar sua base instalada; a outra é que, como temos muito mais clientes no mercado, as reclamações também cresceram.

O saldo é positivo!