segunda-feira, janeiro 30, 2006

A Era das Contrações - e Contradições

Parece incrível: em plena era da globalização, parece que vivemos movimentos contraditórios que levam aos fundamentalismos e protecionismos de vários passados. No tema fundamentalista, além dos praticados por países e grupos islâmicos seletos -mas crescentes, sem trocadilhos- outras formas menos perceptíveis estão ocorrendo em movimentos perigosamente tectônicos.

Os Estado Unidos claramente vivem uma era fundamentalista, sob a batuta de Bush e no desenrolar de atitudes pós-9/2001; a Igreja Católica vive momentos igualmente contrários à evolução da história; a América do Sul afunda-se no populismo demagógico e assistencialista, de A a V, da Argentina a Venezuela, e parece que a coisa se espraia, numa visão da década de 50n sem os encantos daquela época.

Se formos examinar movimentos africanos, vemos que a ordem é fundamentalizar, ou seja, princípios imexíveis se sobrepujando à lógica, ao bom senso e a regras mais elementares de convivência.

O fundamentalismo depredatório é contraposto ao fundamentalismo ecológico, e aí só aumenta a devastação e as evoluções sustentáveis são contestadas por movimentos dos eco-xiitas.

Quanto menor o PIB per capita de um país, mais o fundamentalismo de assegurar os direitos das elites se prevalece sobre o bem comum; o contraponto é a linha populista da distribuição forçada de renda e o centralismo do Estado, que nada mais faz do que acentuar as diferenças.

O fundamentalismo de proteger o sabiá de pelo dourado (que nem existe) é oposto à recusa dos Estados Unidos em aderir ao Protocolo de Kioto, que, em última análise, beneficiaria a própria nação americana.

O incrível é que tudo isso ocorre diante da mais profunda revolução tecnológica, epitomizada pela internet, que, por sua vez, permite a disseminação de barbaridades ao mesmo tempo que abre janelas incríveis ao conhecimento humano.

Será que temos saída?